Estado de alerta máxima em Israel e Líbano após explosões no Irã e ataque a líder do Hamas

Explosões deixam 84 mortos perto do túmulo de Qassem Soleimani no Irã

No mais recente capítulo de uma escalada de tensões no Oriente Médio, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, responsabilizou os “inimigos maliciosos e criminosos” do país pelas explosões ocorridas perto do túmulo do comandante iraniano Qassem Soleimani, que resultaram na morte de 84 pessoas e deixaram outras 284 feridas. Khamenei prometeu uma “forte resposta” à tragédia. Inicialmente, o número de mortos foi informado como 103, mas o ministro da Saúde do Irã, Bahram Eynollahi, afirmou que alguns nomes foram registrados duas vezes por engano.

O Irã evitou especificar qualquer grupo ou nação como responsável pelas explosões, mas o presidente Ebrahim Raisi apontou o dedo para os arquirrivais de Teerã, os “criminosos EUA e regime sionista (Israel)”, afirmando que pagarão um alto preço pelos crimes cometidos.

O ministro do Interior do Irã, Ahmad Vahdi, disse que os ataques foram um ato de “terror” destinado a punir a posição iraniana contra o Estado judeu e como uma resposta ao “eixo de resistência” à morte de mulheres e crianças inocentes na Faixa de Gaza.

As declarações ao ataque ocorrem um dia após o assassinato no Líbano do número 2 da ala política do Hamas, apoiado por Teerã, sinalizando um possível conflito regional.

Porém, autoridades israelenses e norte-americanas negaram participação nos ataques. Segundo analistas ouvidos pelo New York Times, há vários autores possíveis para o ataque, incluindo organizações terroristas sunitas como o Estado Islâmico ou grupos separatistas iranianos.

As explosões na província de Kerman ocorrem quatro anos após um ataque de drone dos EUA ter assassinado Soleimani, chefe da força Quds da Guarda Revolucionária do Irã. Soleimani projetou o eixo de influência iraniana no exterior, remodelando a geopolítica do Oriente Médio.

O ataque contra Saleh al-Arouri, no sul de Beirute, atribuído a forças israelenses, foi o primeiro a atingir a capital libanesa desde o início da guerra entre Israel e o Hamas. As explosões foram realizadas durante uma procissão para homenagear Soleimani, e as bombas foram detonadas remotamente.

A expansão do conflito é uma preocupação central para governos envolvidos direta ou indiretamente na crise do Oriente Médio, como os EUA, que alertaram Israel que o ataque no Líbano pode ter fechado a porta para uma negociação para libertação de reféns. A tensão no Líbano é grande, com autoridades locais buscando evitar uma escalada.

Segundo a especialista Maha Yahya, diretora do Carnegie Middle East Center, “o risco de escalada é significativo, mas o Hezbollah se esforça para evitar ser arrastado para um conflito”.

Em Israel, as principais autoridades não admitiram diretamente o ataque em Beirute, mas o porta-voz militar Daniel Hagari disse que o país está em “um estado muito elevado de prontidão” para atacar ou se defender de qualquer ameaça.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo