Espécie de preguiça-comum é solta após tratamento no Centro de Triagem de Animais Silvestres.

No último sábado, dia 21 de julho, foi celebrado o dia da preguiça-comum, também conhecida como Bradypus variegatus, uma espécie que faz parte do bioma alagoano. Para marcar a data, foi solta a única preguiça dessa espécie que estava em tratamento no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), administrado em parceria entre o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA-AL) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). O animal estava sendo tratado devido aos danos causados pelo choque elétrico, um dos principais problemas enfrentados por esses animais.

As preguiças Bradypus variegatus têm uma alimentação baseada em brotos e desempenham um papel importante na disseminação de sementes. Porém, elas são intolerantes à lactose e passam a maior parte do tempo dormindo, cerca de 15 a 18 horas por dia. Além disso, são presas fáceis para outros animais e precisam estar protegidas em seu habitat natural. Segundo a veterinária e bióloga do IMA no Cetas, Ana Cecília Pires, o slogan dessa espécie é: “Lugar de preguiça é dentro da floresta”.

Tratar as preguiças em cativeiro é um desafio, pois são animais sensíveis e requerem cuidados e dedicação constantes. Caso não recebam o tratamento adequado, elas podem morrer em poucos dias ou semanas. Os casos mais comuns de preguiças que chegam ao Cetas estão relacionados ao choque elétrico, pois esses animais tendem a permanecer nas copas das árvores, seu ambiente natural, e acabam entrando em contato com linhas de transmissão de eletricidade.

Mesmo com o tratamento adequado, os danos causados pelo choque elétrico e outros ferimentos graves são difíceis de reverter. Muitas vezes, as preguiças chegam ao Centro de Triagem com unhas decepadas e ferimentos graves, o que pode levar à amputação. Porém, mesmo após a cicatrização, esses animais não resistem e acabam falecendo devido ao estresse e à baixa imunidade.

Os filhotes também são vítimas desses acidentes, além de serem alvo da caça ilegal. Muitos são vendidos como animais de estimação, mas os compradores logo percebem que não conseguem lidar com seu comportamento no cativeiro e acabam levando os filhotes ao Cetas.

As preguiças que chegam ao Cetas em boas condições geralmente são reintegradas à natureza rapidamente. A equipe procura identificar uma área adequada, onde esses animais possam conviver com outros da mesma espécie e tenham acesso a alimentação adequada.

Uma iniciativa interessante desenvolvida pela veterinária Ana Cecília Pires foi a criação de um jaleco adaptado para as preguiças. Isso permitiu que ela pudesse manusear os filhotes com mais segurança, evitando que caíssem de suas mãos e possibilitando uma maior liberdade de movimentos.

É fundamental lembrar que as preguiças devem estar sempre na natureza, em seu habitat natural. Caso seja identificado algum animal silvestre fora de seu habitat, é importante acionar o Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) para fazer a denúncia de forma anônima.

Essa data de celebração busca conscientizar a população sobre a importância de preservar e proteger as preguiças e seu habitat natural, garantindo a sobrevivência dessa espécie tão peculiar.

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