Em uma coletiva de imprensa, Torres alegou motivos familiares para sua saída do governo de Boluarte, que está sob investigação do Ministério Público. O ministro era responsável pela segurança pública e pela polícia, que recentemente realizou buscas na residência e no gabinete da presidente no chamado “Rolexgate”.
As renúncias dos ministros ocorrem em um momento delicado para o governo de Boluarte, que enfrenta um pedido de destituição apresentado por grupos de oposição. Apesar disso, a presidente afirmou que não tem nada a esconder e pediu celeridade no esclarecimento dos fatos.
Além disso, o Ministério Público intimou Boluarte a apresentar os relógios Rolex na próxima sexta-feira, depois de não encontrá-los durante as buscas realizadas em sua residência e escritório. A presidente classificou a ação do Ministério Público como “arbitrária, desproporcional e abusiva”, e afirmou estar sendo atacada sistematicamente.
Apesar das pressões políticas, Boluarte só poderá ser julgada por eventual enriquecimento ilícito após o término de seu mandato em 2026, conforme determina a Constituição peruana. No entanto, a pressão popular e as acusações podem resultar em um pedido de impeachment no Congresso, o que dependerá de uma aliança entre partidos de esquerda e de direita.
O escândalo envolvendo os relógios Rolex da presidente tem gerado instabilidade política no Peru, em um momento em que o país enfrenta desafios sociais, econômicos e políticos significativos. A situação de Boluarte permanece incerta, mas sua permanência no cargo dependerá da capacidade de se defender e de conquistar apoio dentro do Congresso.