Entenda as razões que levam o extremista Jair Bolsonaro ser popular entre jovens

Controverso, condenado, amado e odiado. O deputado extremista Jair Messias Bolsonaro (PSC-RJ) é uma das figuras mais comentadas no cenário político brasileiro da atualidade. O parlamentar é chamado de “mito” por uns, ironizado como “bolsominion” por outros. Pré-candidato à Presidência da República [VIDEO]. Frases de efeito. Poucos projetos. Algumas condenações. E muitas, muitas polêmicas.

#Jair Bolsonaro ocupa no momento o segundo lugar na corrida presidencial com 16% das intenções de voto, segundo a última pesquisa Datafolha. 60% do seu eleitorado está entre 16 e 34 anos. Dentro desse espectro, 30% têm menos de 24 anos.

Por que será que um ex-militar com pouquíssima representatividade e projetos em seus 26 anos de mandato parlamentar faz tanto sucesso entre a juventude brasileira?

A BBC Brasil tentou explicar as razões que levam ao sucesso do deputado extremista de direita. Um dos primeiros pontos é a presença de Bolsonaro nas redes sociais. A página oficial do parlamentar tem impressionantes 4,7 milhões de curtidas. Lula, por exemplo, que está à frente de Bolsonaro nas intenções de voto, segundo o Datafolha, possui uma página com 3 milhões de seguidores. Quem mais se aproxima de Bolsonaro no Faceebook, acredite se quiser, é Aécio Neves [VIDEO], com 4,1 milhões de curtidas em sua página oficial.

Segundo Márcia Cavallari, diretora do Ibope, em entrevista à BBC Brasil, 90% do eleitorado de Bolsonaro têm acesso às redes sociais.

Esther Solano, doutora em ciências políticas e professora da Universidade Federal de São Paulo, afirmou à BBC que o modo de se comunicar de Bolsonaro, com frases curtas e de efeito, é preparado para “viralizar”. Essa imagem de “autêntico” e de “falar o que pensa” atrai os jovens “rebeldes sem causa”.

“Outsider”
Jair Bolsonaro tenta construir uma imagem de que é alguém fora da política, que veio dos quartéis para defender os interesses da população. Não participa dos conchavos de corredor da política tradicional no Brasil nem faz alianças por interesse. No momento em que a classe política é tão apedrejada e criticada, os mais jovens tendem a buscar um fio de esperança vindo de foram.

Curiosamente, para alguém que se diz de fora da política, Bolsonaro está nela há bastante tempo. Esse é seu sétimo mandato, são 26 anos na Câmara dos Deputados. O patriarca já carregou consigo seu filhão, Eduardo Bolsonaro, também deputado federal. Outros dois filhos, Flávio Bolsonaro e Carlos Bolsonaro também estão no meio político, respectivamente, deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro e vereador da capital fluminense.

“Infância petista”
O Partido dos Trabalhadores ficou à frente do Brasil de 2003 até meados de 2016. Foram dois mandatos de Lula e mais dois (sendo o segundo interrompido) de Dilma. Os eleitores jovens de Bolsonaro cresceram durante a era petista no Governo Federal.

Hilton Cesario Fernandes, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp), em entrevista à BBC Brasil, afirmou que é da característica do jovem ser contestador. Como nasceram em uma época em que a esquerda estava à frente do País, é normal que os jovens vilanizem essa ideologia.

“É um movimento [apoio a Bolsonaro] de um jovem escolarizado que não conseguiu ver as suas aspirações atendidas”, afirma Danilo Cersosimo, diretor do instituto de pesquisas Ipsos.

Ditadura Militar
Os apoiadores mais jovens de Bolsonaro nem chegaram perto de viver o período da Ditadura Militar, mas tendem a ver aquele período sombrio com os olhos de seu “mito”.

Jéssica Melo, uma garota de 18 anos que se diz eleitora de Bolsonaro, afirmou à BBC que “ouviu” que no período do Regime Militar “era um tempo bom, que você podia ficar na frente de casa sem ser assaltado”.

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