Durante uma coletiva de imprensa em Mazatlán, no nordeste do México, onde o presidente estava para observar o eclipse solar, López Obrador classificou a ação do governo equatoriano como “verdadeiramente autoritária” e “prepotente”. Ele destacou a importância da prudência e do equilíbrio entre paixão e razão na política, criticando a falta de experiência e apoio popular do governo equatoriano.
O presidente mexicano também vinculou a incursão policial à disputa interna entre diversos setores políticos do Equador e o ex-presidente Rafael Correa, atualmente exilado na Bélgica. A ação foi desencadeada após o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas buscar refúgio na embaixada mexicana em Quito para evitar um mandado de prisão. López Obrador destacou que a invasão teve impacto não apenas no Equador, mas também em outros países ao redor do mundo.
A chanceler mexicana, Alicia Bárcena, afirmou que o México está finalizando os detalhes da denúncia que será apresentada à CIJ contra o Equador por desrespeitar as convenções internacionais sobre asilo político e inviolabilidade das embaixadas. Ela ressaltou a intenção de que a CIJ ordene ao Estado equatoriano a reparação do dano causado pela invasão.
A crise diplomática gerou repúdio regional, com países como Brasil, Colômbia, Chile e Argentina do lado do México, denunciando a violação do direito internacional pelo Equador. O presidente boliviano e nicaraguense também romperam relações com o país. Enquanto isso, o México fechou sua embaixada no Equador e estabeleceu medidas para auxiliar os mexicanos e empresas presentes no país.
Em meio a tensões diplomáticas crescentes, a ação do México na CIJ representa um novo capítulo na contenda entre os dois países. A comunidade internacional está de olho no desenrolar desse caso, que pode ter repercussões significativas nas relações entre as nações envolvidas.