ECONOMIA – Produtores rurais de 16 estados poderão renegociar dívidas do crédito rural para investimentos, autoriza CMN em medida para ajudar setor agrícola.

Produtores rurais de 16 estados brasileiros afetados por eventos climáticos ou pela queda de preços agrícolas terão a oportunidade de renegociar suas dívidas do crédito rural para investimentos. A medida foi autorizada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e os pedidos devem ser feitos até o dia 31 de maio.

Segundo informações do Ministério da Fazenda, a safra 2023/2024 foi prejudicada pelo comportamento climático em regiões produtoras, impactando a produtividade de lavouras, principalmente de soja e milho, nas regiões Sul, Centro-Oeste e no estado de São Paulo. Além disso, os produtores rurais enfrentam desafios com a queda de preços da soja, do milho, da carne e do leite, além do alto custo de insumos.

As instituições financeiras poderão renegociar até 100% do valor principal das parcelas com vencimento entre 2 de janeiro e 30 de dezembro deste ano. Essa renegociação engloba parcelas de linhas de crédito rural de investimento contratadas com recursos controlados, como recursos equalizados, recursos obrigatórios e recursos dos Fundos Constitucionais do Nordeste, do Norte e do Centro-Oeste.

Os estados e atividades produtivas beneficiadas incluem Goiás e Mato Grosso para soja, milho e bovinocultura de carne; Minas Gerais para bovinocultura de carne e leite; São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina para soja, milho e bovinocultura de leite; Rondônia, Roraima, Pará, Acre, Amapá, Amazonas e Tocantins para bovinocultura de carne; Mato Grosso do Sul para soja, milho e bovinocultura de leite e de carne; e Espírito Santo e Rio de Janeiro para bovinocultura de leite.

A renegociação abrange operações de investimento que totalizam cerca de R$ 20,8 bilhões em recursos equalizados, R$ 6,3 bilhões em recursos dos fundos constitucionais e R$ 1,1 bilhão em recursos obrigatórios. O custo total da renegociação será de R$ 3,2 bilhões, distribuídos entre 2024 e 2030, com metade destinada à agricultura familiar e metade para a agricultura empresarial.

Além disso, o CMN autorizou a renegociação das dívidas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) com recursos dos fundos constitucionais, permitindo que os mutuários afetados por mudanças climáticas solicitem a renegociação até 120 dias após o vencimento da prestação. Encargos para situações de inadimplência serão aplicados, porém, atrelados aos fundos constitucionais, que possuem taxas de juros mais baixas.

Essa medida visa auxiliar os produtores rurais a superar os desafios enfrentados e garantir a continuidade de suas atividades no setor agrícola. A renegociação das dívidas do crédito rural possibilitará maior flexibilidade financeira e apoio aos agricultores que foram prejudicados pelos eventos climáticos e baixa de preços no mercado agrícola.

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