Dólar fica estável ante real com apostas sobre juros nos EUA

O dólar encerrou a sexta-feira estável ante o real, após o relatório do mercado de trabalho norte-americano reforçar apostas de que o banco central dos Estados Unidos voltará a subir os juros somente no próximo ano.

O feriado norte-americano na próxima segunda-feira enxugou a liquidez no período vespertino e um número menor de negócios foi suficiente para suavizar a queda da moeda, revela o Terra.

O dólar recuou 0,01 por cento, a 3,1471 reais na venda, acumulando na semana queda de 0,23 por cento.

Na mínima, marcou 3,1231 reais e, na máxima, 3,1490 reais. O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,05 por cento.

“O Fed quer ver pelo menos uma pitada de inflação antes de retomar sua trilha de alta de juros e, pelo menos nestes números, isso não estava lá”, afirmou o economista-chefe da gestora canadense CIBC, Avery Shenfeld, nota.

A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos desacelerou mais do que o esperado em agosto, após dois meses consecutivos de altas fortes. Foram criadas 156 mil vagas fora do setor agrícola, contra 189 mil em julho.

Com isso, os juros futuros de curto prazo dos Estados Unidos subiam ligeiramente nesta sessão, refletindo a expectativa de que o Federal Reserve não elevará a taxa de juros antes de meados de 2018.

No exterior, o dólar passou a subir ante uma cesta de moedas, mas caía ante divisas de países emergentes, como o rand sul-africano e o peso mexicano.

Juros maiores nos Estados Unidos têm potencial para atrair capital aplicado hoje em outras praças, como a brasileira.

“O bom indicador chinês também contribuiu para o otimismo com os emergentes exportadores de commodities”, afirmou o diretor de operações da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer.

A China divulgou nesta sexta-feira que sua atividade industrial se expandiu no ritmo mais rápido em seis meses em agosto, segundo a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/Markit, devido ao aumento das encomendas para exportações e dos preços mais altos.

À tarde, muitos investidores norte-americanos já deixaram os negócios para aproveitar o final de semana prolongado e isso acabou enxugando a liquidez doméstica.

O cenário político interno também seguiu no radar dos investidores, à espera de novas votações no Congresso Nacional na próxima semana, sobretudo o projeto que eleva a meta de déficit primário.

O mercado também estava sob a expectativa de que o Banco Central volte a atuar no mercado de câmbio por meio da rolagem de swaps cambiais, já que vencem 9,975 bilhões de dólares destes contratos, equivalentes à venda de dólares no mercado futuro.

Em agosto, o BC ficou de fora do mercado porque não havia vencimentos de swaps em setembro e a moeda norte-americana permaneceu comportada, oscilando num patamar entre 3,10 e 3,20 reais.

01/09/2017

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