Disputa acirrada pelo cargo de procurador-geral de Justiça inflama Ministério Público de São Paulo após saída de Sarrubbo.

A saída inesperada de Mário Luiz Sarrubbo do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) causou uma agitação interna considerável na disputa pela vaga de procurador-geral de Justiça (PGJ), posição mais elevada na instituição. Cinco nomes surgiram como candidatos em potencial para substituir Sarrubbo.

Os cinco postulantes à vaga começaram a se movimentar rapidamente, marcando encontros com colegas para garantir apoio: José Carlos Cosenzo, Paulo Sérgio Oliveira e Costa, Antônio Carlos da Ponte, Tereza Exner e José Carlos Mascari Bonilha.

Cosenzo, subprocurador-geral de Justiça de Políticas Criminais, e Costa, ex-diretor da Escola Superior do Ministério Público, estão à frente na disputa por terem recebido o apoio de Sarrubbo. O primeiro é visto como de centro-direita, e o segundo, como de centro. Exner, mais à esquerda, também tem o apoio do procurador-geral de Justiça. No entanto, a lista tríplice que será enviada ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) pode sofrer mudanças.

Da Ponte é o nome mais associado ao bolsonarismo, grupo político que costuma exercer pressão sobre Tarcísio para indicações de figuras mais à direita na administração pública. Seu grupo tem se alinhado com pautas do ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo membros do MP.

Da Ponte tem força dentro do MP. Ele foi o nome mais votado na eleição feita pela internet entre os membros do MP em 2020, mas Doria escolheu Sarrubbo, segundo colocado, para o posto.

A eleição para a sucessão na PGJ estava prevista para 13 de abril, mas agora será antecipada com a vacância inesperada. Antes de Sarrubbo assumir o cargo em Brasília, ele terá de se aposentar, visto que servidores cuja carreira começou após a Constituição de 1988 não podem ocupar cargos no Executivo sem abandonar antes a carreira no MP.

Os três procuradores de Justiça mais votados — o voto é secreto e obrigatório para os quadros ativos do MP — formam a lista tríplice, que pode ser enviada ao governador no mesmo dia. Caso o chefe do Executivo não efetive a nomeação do procurador-geral de Justiça nos quinze dias após o recebimento da lista, o candidato mais votado será nomeado automaticamente.

Até o sucessor de Sarrubbo ocupar sua vaga, a chefia do MP-SP ficará com o decano do Conselho Superior da instituição, Fernando José Martins, de forma interina. Ele terá um prazo de cinco dias para convocar a eleição. A escolha do novo nome deve ser encerrada em fevereiro, estimam membros do MP.

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