Cecília destacou a brutalidade do assassinato de Víctor Jara, ocorrido cinco dias após sua prisão em 12 de setembro de 1973, durante a ditadura chilena de Augusto Pinochet. O corpo de Jara foi encontrado em um matagal, com ossos quebrados e 44 marcas de bala. Segundo o projeto Memórias da Ditadura, do Instituto Vladimir Herzog, a ditadura chilena foi uma das mais sangrentas do continente, com cerca de 40 mil mortos.
Para Cecília, as canções populares são perigosas para o poder autoritário, pois recuperam e valorizam a identidade dos povos. Ela também citou outros cantores do movimento Nova Canção, como Violeta Parra, Dércio Marques e Alí Primera, que utilizavam a música como forma de denúncia social e incorporavam elementos do folclore latino-americano.
Uma das composições mais conhecidas de Víctor Jara, “Te Recuerdo Amanda”, foi gravada por artistas como Mercedes Sosa e Ivan Lins. O evento em São Paulo, organizado pela rede Dandô, Circuito de Música Dércio Marques, busca reunir músicos de diferentes lugares do Brasil para promover encontros, trocas e reflexões por meio da música e outras expressões artísticas.
Katya Teixeira, integrante da rede Dandô e organizadora da homenagem a Víctor Jara, ressaltou a importância da música como ferramenta de comunicação para transmitir mensagens sobre o ambiente social atual. Segundo ela, a música é uma ferramenta potente que facilita a compreensão da sociedade.
Cecília também destacou a importância de manter mensagens de resistência e luta atuais, especialmente entre os mais jovens. Ela enfatizou que, apesar dos 50 anos passados desde o golpe no Chile, ainda é necessário lutar contra ideias fascistas e discriminatórias, e que valores como direitos humanos, diversidade e liberdade devem ser constantemente defendidos.
O evento Mil Guitarras para Víctor Jara busca manter viva a memória do cantor e militante chileno, assim como promover reflexões sobre a importância da música como instrumento de resistência e luta pelos direitos humanos.