O deputado estadual Matheus Gomes compartilhou em sua conta o vídeo da detenção do homem negro, que aconteceu no bairro Rio Branco, a cerca de três quilômetros do Palácio Piratini, sede do governo do Rio Grande do Sul. Em seu relato, o parlamentar afirmou que o homem negro foi agredido pelo senhor branco e sem camisa, denunciou o caso para os policiais, mas acabou sendo preso por “resistência”. Segundo ele, é um absurdo, mas é o racismo que ainda impera na Brigada Militar.
Apesar do episódio, nem o perfil e nem o site da corporação trazem qualquer informação sobre o ocorrido. No entanto, no último dia 8, os alunos-oficiais da Brigada Militar participaram de uma palestra com o tema “Racismo Estrutural e a Importância do Letramento Racial para as Instituições de Segurança Pública”, conforme informou a página da instituição na internet.
A jornalista Jeanice Dias Ramos, do Núcleo de Jornalistas Afro-brasileiros do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul, avalia que, se a vítima fosse branca, o episódio teria sido completamente diferente. Segundo ela, a Brigada Militar age com truculência e de forma acusatória contra as pessoas negras, sendo atos contínuos e recorrentes. Ramos descreve que existe uma política interna que torna o negro réu e que pais e mães orientam os filhos para que sempre saiam na rua com documento como comprovante de matrícula ou carteira de trabalho para provar à Brigada Militar que são “gente de bem”.
O caso gerou um grande debate nas redes sociais e na imprensa, com muitas críticas à conduta da Brigada Militar e à questão do racismo estrutural que ainda persiste na sociedade brasileira. A população espera por um desfecho rápido e justo para o caso, e que medidas efetivas sejam tomadas para evitar que casos similares se repitam no futuro.