Em nota divulgada nas redes sociais, o governador afirmou que a sindicância tem como objetivo ouvir imediatamente as testemunhas e apurar as circunstâncias do incidente com total celeridade. O deputado estadual Matheus Gomes compartilhou um vídeo da detenção do homem negro em seu perfil no Twitter. Segundo o parlamentar, o homem foi agredido pelo homem branco e, ao denunciar o caso para os policiais, acabou sendo preso por “resistência”. Gomes classificou o episódio como um absurdo e apontou para a presença do racismo na Brigada Militar.
Até o momento, nem o perfil oficial nem o site da corporação policial trouxeram qualquer informação sobre o incidente. No entanto, é importante ressaltar que no último dia 8, os alunos-oficiais da Brigada Militar participaram de uma palestra com o tema “Racismo Estrutural e a Importância do Letramento Racial para as Instituições de Segurança Pública”.
A jornalista Jeanice Dias Ramos, do Núcleo de Jornalistas Afro-brasileiros do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul, destaca que a atuação da Brigada Militar é marcada pela truculência e acusação contra pessoas negras. Segundo ela, a corporação age de forma recorrente e contínua, criando um cenário em que o negro sempre é tratado como réu. Para Ramos, existe uma política interna na Brigada Militar que coloca o negro como suspeito por padrão, o que leva pais e mães a orientar seus filhos a saírem sempre com documentos que comprovem sua idoneidade.
A abertura da sindicância por parte do governador Eduardo Leite é um passo importante para esclarecer o incidente e identificar possíveis práticas racistas dentro da Brigada Militar do Rio Grande do Sul. A investigação deve trazer respostas sobre o tratamento dispensado a pessoas negras dentro da corporação policial e ajudar a combater a discriminação racial.