Conflito Israel-Hamas: número de jornalistas mortos já ultrapassa o total da guerra na Ucrânia em três meses

O Ministério da Saúde do Hamas anunciou no domingo que dois jornalistas morreram em um ataque aéreo israelense na Faixa de Gaza, elevando ainda mais o número de mortes de repórteres desde o início da guerra entre Israel e Hamas, em 7 de outubro. Pelo menos 77 jornalistas e trabalhadores da imprensa perderam a vida em três meses de conflito, conforme relatado pelo Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), com sede em Nova York. Dos 77 repórteres mortos, 70 eram palestinos, quatro israelenses e três libaneses.

As vítimas foram identificadas como Mustafa Thuria, um cinegrafista independente que trabalhava para a agência francesa AFP, e Hamza Wael Dahdouh, repórter do canal al-Jazeera. Eles morreram enquanto viajavam em um veículo, informaram o ministério e as equipes de resgate. O pai de Hamza, Wael al-Dahdouh, editor-chefe do escritório da al-Jazeera na Faixa de Gaza, foi recentemente ferido em um bombardeio. A esposa do editor-chefe e outros dois filhos foram mortos em um ataque israelense nas primeiras semanas da guerra. Thuria, por sua vez, trabalhava para a AFP desde 2019.

Esses números revelam uma situação crítica, já que o total de jornalistas mortos no conflito entre Israel e Hamas é mais que o dobro do registrado na guerra na Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022. Três meses após o início da guerra, a região testemunha um cenário de devastação e atrocidades, com mais de 22,8 mil mortos em Gaza, a maioria mulheres e menores de idade, e uma acentuação da crise humanitária.

Os combates intensos e a assimetria no número de mortos aumentaram a pressão internacional sobre Israel, com seu principal aliado, os Estados Unidos, anunciando planos para a retirada temporária das tropas do norte. Além disso, a tensão na região foi agravada pelo assassinato do número 2 da ala política do grupo fundamentalista palestino Hamas, no Líbano, o que resultou em ataques diários na fronteira entre Israel e Líbano.

Líderes mundiais estão correndo para tentar evitar uma escalada do conflito, com o secretário de Estado Americano, Antony Blinken, realizando uma série de reuniões na região. O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, também encontrou-se com o líder do Hezbollah, Mohammad Raad, em Beirute, em uma tentativa de encontrar soluções para a crise. Em meio a tantas tragédias e tensões, a busca por uma saída pacífica e justa para o conflito entre Israel e Hamas parece cada vez mais urgente.

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