Com Southgate em alta, Inglaterra encara a Croácia buscando a vaga na final da Copa

No auge da seleção brasileira pré-Copa, Tite pediu que parassem de sugerir sua candidatura a presidente da república. O técnico Gareth Southgate vive “pressão” parecida na Inglaterra, que enfrenta a Croácia hoje, às 15h (de Brasília), na semifinal do Mundial. O país está perdido na turbulência política gerada pelo “Brexit”, a saída da União Europeia. Não sabe como seguir a votação popular sem ter perdas financeiras e sociais. Em meio ao caos, a Inglaterra de Southgate passou a representar o oposto: segura, talentosa e ciente do que procura.

Educado e tranquilo, o treinador reverteu a desconfiança com que foi recebido ao assumir a seleção adulta, em 2016, após três anos no time sub-21. Agora, com moral lá no alto, vê os ingleses brincarem que ele deveria se tornar “ministro do Brexit” para dar uma solução que ninguém encontra. Até a primeira-ministra Theresa May se comparou a Southgate, pedindo unidade em torno do seu governo, revela o Extra.

— A grande diferença com Southgate foi que, desde o primeiro dia, ele deixou clara a identidade que esperava do nosso jogo — elogiou o volante Henderson.

O povo inglês se deixou dominar pela euforia com o sucesso na Copa. A Inglaterra não alcançava uma semifinal desde 1990 e, se chegar à decisão, será a primeira desde o Mundial de 1966, o único que conquistou. Os criadores do jogo nunca se viram tão perto de outro título. E Southgate, mesmo sem querer virar presidente, deseja que a Copa melhore a vida dos ingleses:

— Estamos orgulhosos de tanto apoio. Temos a oportunidade de fazer algo diferente neste Mundial. O país tem sofrido há muito tempo no futebol, e estes jogadores, pela forma como têm se comportado, tornaram-se embaixadores. Também temos passado por momentos difíceis em termos de unidade, e o futebol tem o poder de tornar isso possível.

Trauma com o ‘hino’ da torcida

A música “Three lions”, mais conhecida pelo refrão “football is coming home” (o futebol está voltando para casa) foi tema da Eurocopa de 1996, sediada pela Inglaterra, e virou hit da torcida inglesa nesta Copa — uma referência à chance de o país inventor do esporte voltar a ganhar o Mundial. Em 1996, Southgate vivia seu auge como zagueiro do Aston Villa. Mas sairia traumatizado do torneio europeu ao perder o pênalti que eliminou a Inglaterra na semifinal com a Alemanha.

— Sinceramente, nem consegui escutar “Football is coming home” por 20 anos — confessou ele: — Para mim, causa um sentimento diferente ouvir as pessoas cantando agora. Mas é legal.

11/07/2018

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