Chelsea Manning tem pena comutada por Obama e será libertada em maio

Militar que vazou dados para WikiLeaks tinha sido condenada a 35 anos de prisão e tentou suicídio duas vezes no ano passado.

Chelsea Manning, a militar transgênero que foi condenada a 35 anos de prisão por vazar dados à WikiLeaks, será solta em 17 de maio. A Casa Branca anunciou nesta terça (17) que sua pena foi comutada pelo presidente Barack Obama.

No dia 13 de janeiro, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, já havia dito que o perdão a Manning era possível, afirmando que ela “foi sentenciada e reconheceu a gravidade de seus atos”. O pedido de liberdade havia sido feito pela soldado em 2013, pouco após ingressar em uma prisão militar do estado do Kansas, onde tentou se suicidar duas vezes.

Na véspera, o fundador da WikiLeaks, Julian Assange, tinha dito que aceitaria ser extraditado aos EUA em troca da liberdade da militar. Assange vive na embaixada do Equador em Londres desde junho de 2012 para evitar a extradição para a Suécia, onde é acusado de agressão sexual. “Se Obama conceder o indulto a Manning, Assange aceitará uma extradição para os Estados Unidos, apesar de ser um caso claramente inconstitucional por parte do DoJ (Departamento de Justiça dos Estados Unidos)”, tuitou o WikiLeaks.

O australiano teme que Estocolmo o extradite para os Estados Unidos por conta da divulgação de milhares de documentos militares e diplomáticos de Washington que foram vazados por Manning.

Após a notícia da comutação da pena, Assange agradeceu a todos que fizeram campanha pela clemência de Manninge, segundo divulgou o WikiLeaks pelo Twitter. “A coragem e determinação de vocês fizeram o impossível possível”, disse.

Manning, que também iniciou no presídio um tratamento de mudança de sexo de homem para mulher, disse em entrevista publicada pelo jornal “The New York Times” que espera poder começar uma nova vida aos 29 anos após os vazamentos do Wikileaks e sua detenção em 2010.

“Não peço o perdão da minha condenação. Entendo que as consequências colaterais da minha condenação militar serão mantidas em meu histórico para sempre. O que peço é a primeira oportunidade para viver a minha vida fora da USDB (a prisão militar) como a pessoa que quero ser”, disse na entrevista.

Chelsea Manning, que só deixaria a prisão em 2045, foi uma das 209 pessoas que tiveram a comutação de suas penas anunciadas nesta terça pela Casa Branca. Além delas, outras 64 receberam o perdão presidencial.

Com o anúncio de hoje, Obama somou 1.597 pedidos de clemência atendidos, mais do que qualquer outro presidente na história dos EUA, de acordo com a própria Casa Branca.

Independentista de Porto Rico

Óscar López, independentista de Porto Rico, preso há mais de três décadas por acusações de vínculos com o terrorismo, também teve sua pena reduzida nesta terça por Obama. Ele cumpria pena de 55 anos desde 1981 por conspiração, atos violentos e transporte de armas para cometer atos violentos, entre outras acusações. Com a decisão de Obama, López será libertado no dia 17 de maio.

g1

17/01/2017

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