Chacina que matou 8 não foi maior por falta de munição, diz polícia

Informação foi divulgada nesta quarta-feira (8), por delegado.
Segundo sobrevivente, suspeito disse que não atirou mais for falta de bala.

A chacina que deixou oito jovens mortos, sendo quatro filhos de policiais, e um ferido em Porto Seguro, no sul da Bahia, na noite do domingo (5), não foi maior porque a munição dos criminosos acabou. De acordo com informações passadas ao G1 nesta quarta-feira (8) pelo delegado Moisés Damasceno, coordenador regional da Polícia Civil, um dos sobreviventes contou, durante depoimento, que um dos suspeitos falou que não tinham mais balas para atirar.

Segundo a Polícia Civil, as vítimas foram mortas após voltarem de uma festa “paredão”, que ocorreu na orla de Porto Seguro, na noite do domingo. O delegado Moisés Damasceno informou que os jovens teriam se envolvido em uma discussão no evento, mas que a briga não teria relação com o crime.

O delegado ainda disse que os suspeitos de terem participado do crime já foram identificados e têm envolvimento em uma outra chacina, ocorrida há dois anos e meio, quando seis pessoas foram mortas. Nenhuma prisão foi divulgada até esta quarta-feira.

Sete dos oito jovens vítimas da chacina foram enterrados na terça-feira (7). Os sepultamentos ocorreram em diferentes cemitérios da cidade onde aconteceu o crime, e também nos municípios de Itabuna e Mascote, na mesma região do estado.

O jovem Igor Lélis dos Santos Santana (filho de um policial militar) já havia sido enterrado na segunda-feira (6), um dia após o ataque. A vítima que ficou ferida na chacina segue internada no Hospital Luís Eduardo Magalhães, em Porto Seguro. De acordo com a polícia, o estado de saúde do jovem é grave.

Durante a manhã da terça-feira, foram enterrados Gabriel de Jesus Feitosa (filho de um PM já falecido), Claudio do Nascimento Bispo e Caio Felipe do Nascimento Bispo (filhos de policial civil), Felipe Ricardo Lopes Borges e Vinícius Bispo dos Santos (Cabo da Aeronáutica). Já no início da tarde, houve o sepultamento de Gabriel de Jesus Feitosa e Leandro de Jesus Feitosa, que eram irmãos. Familiares e amigos das vítimas lotaram as cerimônias e prestaram as últimas homenagens aos jovens. O Cabo da Aeronáutica Vinícius Bispo dos Santos teve honras militares.

Investigações
Conforme informações da polícia, os jovens estavam em uma casa no bairro de Porto Alegre I, quando foram surpreendidos por homens fortemente armados, que chegaram ao local, atiraram neles e depois fugiram.

Além do jovem que está internado em Porto Seguro, dois homens e todas as mulheres que estavam no imóvel no momento do ataque sobreviveram.

Segundo a Polícia Civil, os bandidos responsáveis pela chacina se passaram por policiais ao chegarem ao local do crime. Os homens estavam encapuzados, usavam roupa de camuflagem, coletes balísticos e armas de grosso calibre. As informações foram passadas à polícia durante depoimento dos sobreviventes do atentado, que começaram a ser ouvidos ainda na segunda-feira. Vizinhos da casa onde o ataque aconteceu também prestaram depoimento.

A motivação do crime segue sob investigação. “A gente vai atuar com todo empenho possível para identificar a autoria, identificar a motivação, e descartar ou não se isso tem relação com o fato dessas vítimas serem filhos de policiais”, explicou Moisés Damasceno.

Ainda de acordo com o delegado, nenhuma das vítimas tinha passagem pela polícia. “Nada pesa sobre a conduta de nenhuma das vítimas, então é um fato que precisa ser investigado por todas as linhas”, disse o coordenador regional.

De acordo com a PM, os criminosos chegaram ao local a bordo de uma caminhonete Ranger de cor vermelha e efetuaram vários disparos. Três corpos foram encontrados do lado de fora da casa, e outros cinco dentro do imóvel.

O veículo usado pelos bandidos foi encontrado por policiais e levado para o pátio da delegacia. Segundo informações da polícia, o automóvel havia sido roubado horas antes. No local do crime foram encontradas cápsulas de fuzil calibre 556, segundo a polícia.

g1

08/02/2017

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