Nesta quinta-feira (1º), o governo regional da Catalunha anunciou a declaração de estado de emergência em Barcelona e região metropolitana devido à seca histórica que atinge a região. Esta medida foi tomada devido aos níveis críticos das reservas hídricas locais e implicará em novas restrições para seis milhões de pessoas a partir de sexta-feira (2), sobretudo para usos relacionados à agricultura, pecuária e indústria.
O presidente do governo regional catalão, Pere Aragonès, afirmou que a Catalunha está enfrentando a pior seca do último século, com mais de três anos de chuvas abaixo do normal. Esta situação resultou em uma queda de 16% nos níveis dos reservatórios, o que levou as autoridades a decretarem estado de emergência na área mais populosa da região. A primeira fase das restrições determina um aumento nos limites de consumo de água, com reduções de 80% para a irrigação agrícola, 50% para a pecuária e 25% para a indústria.
Caso as reservas continuem diminuindo, medidas mais severas serão implementadas, como a proibição da irrigação de campos de futebol e o fechamento total de chuveiros em academias. Além disso, o governo não descarta a possibilidade de barcos carregados de água chegarem em Barcelona nos próximos meses.
A situação de seca prolongada não é exclusiva da Catalunha e se estende a outras regiões da Espanha, como a Andaluzia. O presidente regional da Andaluzia, Juan Manuel Moreno, alertou que, caso os níveis de água reduzam ainda mais, haverá restrições no verão em cidades como Málaga ou Sevilha, e que a chegada de navios-tanque não está descartada.
A seca na Espanha está relacionada aos efeitos da mudança climática e o aumento das temperaturas, que tem afetado ecossistemas e provocado fenômenos meteorológicos extremos. Países europeus, como a Espanha, têm observado a multiplicação destes fenômenos, o que tem impacto direto em áreas de preservação ambiental, como o Parque Natural de Doñana.
A ministra da Transição Ecológica da Espanha, Teresa Ribera, se reunirá com autoridades locais na próxima segunda-feira para avaliar a situação e discutir possíveis soluções para a crise hídrica que afeta a região. As restrições impostas pelo governo regional visam lidar com os efeitos imediatos da seca, mas a questão da má gestão dos recursos hídricos é apontada como um fator crucial para agravar a situação.
