Casos graves de vírus respiratório em crianças aumentam em hospitais de SP

Número de pacientes que precisaram de leitos na UTI dobrou no hospital infantil Sabará, na Zona Oeste. Unidade chegou a restringir atendimento na terça (11).

Os casos graves de complicações respiratórias em crianças, decorrentes do Vírus Sincicial Respiratório (VSR), cresceram nas últimas semanas em hospitais privados de São Paulo. O vírus é responsável pela maior parte dos casos de bronquiolite (infecção nos pulmões) em menores de 2 anos.

O vírus respiratório é transmitido de uma criança infectada pelas secreções do nariz ou da boca, por contato direto, ou gotículas. O período de maior contágio é nos primeiros dias da infecção.

Inicialmente, a criança apresenta corrimento nasal (coriza), tosse leve e, em alguns casos, febre. Em até dois dias, a tosse piora e ao mesmo tempo a respiração da criança fica mais mais rápida e difícil. O VSR pode levar também a criança a apresentar um chiado recorrente, que pode perdurar até os 13 anos de idade.

Para crianças acima de 2 anos ou adultos, a infecção por VSR pode ser confundida com um resfriado, mas em prematuros ou portadores de doenças cardíacas congênitas e displasia broncopulmonar, o vírus pode dobrar o tempo de hospitalização da criança.

Fila nos hospitais

Na terça-feira (11), o Hospital infantil Sabará, na Zona Oeste da cidade, chegou a fechar as portas para dar conta da demanda. “Devido ao altíssimo volume de crianças graves, acima do habitual para esta época, o hospital havia restringido, temporariamente, o atendimento apenas para casos de emergência, na noite de terça-feira, dia 11”, diz o centro médico, em nota.

O texto diz ainda que o hospital, desde o início de março, início do período de pico de doenças respiratórias, trabalha com um aumento proporcional da equipe medico-assistencial. Entretanto, o número de pacientes que precisaram ser internados na UTI foi 50% maior do que o registrado em 2015, e gerou a ocupação total dos leitos. A situação foi normalizada na manhã de quarta-feira (12).

O Hospital Albert Einstein disse que normalmente com a mudança do tempo a demanda aumenta, mas que não tem como mensurar os dados.

O Hospital Samaritano de São Paulo informou que, nesta época do ano, a emergência pediátrica registra o aumento da incidência das doenças respiratórias virais, com destaque para a influenza e a bronquiolite. “A procura pelo serviço se intensificou nas últimas três semanas, quando os vírus mais comumente identificados foram o H3N2, o H1N1 e o vírus sincicial respiratório. A instituição ressalta que o atendimento do Pronto-Socorro Infantil segue dentro dos padrões normais para este período do ano”, diz o hospital.

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo disse que, conforme classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS), o vírus sincicial não é de notificação compulsória.

Em relação a influenza A (H1N1), ela é classificada como gripe comum, assim como outros tipos de vírus de gripe circulantes no Estado (A sazonal e B sazonal). Portanto, os casos também não são de notificação compulsória.

Apenas os casos graves, caracterizados como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), são notificados.

g1

14/04/2017

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