Casal mantinha 13 filhos acorrentados em cativeiro: ‘Chocados’, dizem avós

Avós dos 13 jovens resgatados famintos, imundos e acorrentados em uma casa de Perris, no Sul da Califórnia, revelaram estar “surpresos e chocados” ao saber que seus netos estavam sendo torturados e mantidos em cativeiro pelos próprios pais.

David Turpin, de 57 anos, e Louise Anna Turpin, de 49, só foram presos porque uma filha de 17 anos fugiu e denunciou os crimes. O casal teve fiança estipulada em US$ 9 milhões (quase R$ 29 milhões).

À rede americana “ABC News”, os pais de David, James e Betty Turpin, explicaram que não viam os parentes há cerca de cinco anos. Ainda assim, mantiveram contato com o filho por telefone e de nada desconfiaram. Os avós não conversavam com os netos porque, segundo eles, o pai costumava ligar quando não estava com os filhos. Ainda não se sabe por quanto tempo as vítimas viveram sob as condições de tortura.

Nesta segunda-feira, a polícia do condado de Riverside informou que investigou a denúncia da jovem de 17 anos e encontrou pessoas de 2 a 29 anos de idade em condições insalubres na residência — algumas delas estavam acorrentadas a camas. David e Louise Anna não forneceram uma explicação lógica para a detenção e vão responder atrás das grades por tortura e ameaça à infância. No Facebook, o casal posava sorridente com o clã, em fotos postadas na rede social em meados de 2016.

Ao se dizerem “chocados” com a revelação, os avós destacaram que o filho e a mulher eram considerados uma “boa família cristã” na comunidade. Os dois frisaram que “não conseguem entender nada dessa história” e que “Deus havia mandando um chamado” para que o casal tivesse quantos filhos fosse possível.

No último encontro, há cerca de cinco anos, os avós notaram que os netos estavam “magros”, mas que “pareciam felizes”. Submetidos a uma “rígida educação em casa”, segundo James e Betty, os jovens eram incentivados a memorizar longas passagens da Bíblia. O casal contou à “ABC” que a meta de algumas crianças era decorar todo o livro sagrado.

Segundo a polícia, as vítimas receberam comida, bebida, prestaram depoimento e foram encaminhadas ao atendimento em hospitais da região. Tamanha era a desnutrição dos jovens que os investigadores se surpreenderam com a idade da denunciante, de 17 anos, cujo corpo se assemelhava ao de uma criança de 10 anos.

16/01/2018

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