O deputado Felipe Carreras (PSB-PE), que foi autor da proposta que originou o Perse, demonstrou insatisfação com a postura do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após duas reuniões terem sido desmarcadas. Ele destacou a importância do diálogo e questionou a forma como o programa foi revogado repentinamente, afetando o planejamento e obrigações financeiras de muitos envolvidos no setor de eventos.
Apesar das denúncias de fraudes no programa, Carreras afirmou que, se for o caso, as empresas suspeitas devem ser investigadas, mas isso não deve afetar o programa em si. Ele citou o exemplo do programa Minha Casa, Minha Vida, que também enfrentou denúncias, mas que não justificam o fim do programa de moradia do governo.
Além do fim do Perse, a MP 1202/23 prevê a reoneração de 17 setores da economia beneficiados pela desoneração da folha de pagamentos. Este ponto também tem gerado descontentamento, com 17 frentes parlamentares assinando um documento pedindo a devolução da medida ao Executivo ou sua rejeição em votação. O deputado Zé Silva (Solidariedade-MG) enfatizou que o impacto negativo tanto para a economia quanto para a relação Legislativo-Executivo é evidente.
Já o deputado Zé Neto (PT-BA), embora seja do partido do governo, votou a favor da desoneração, destacando a importância de buscar soluções que possam equilibrar as finanças do governo sem prejudicar a saúde, a educação e as políticas públicas. Ele acredita que após o Carnaval, reuniões serão realizadas para buscar uma solução que atenda tanto os interesses dos parlamentares quanto do Executivo.
Em meio a essas discussões, a continuidade do Perse e a reoneração da folha de pagamento se mostram como temas sensíveis e que exigirão um amplo debate e negociações entre as partes envolvidas.