Cadeirante aciona PM após motorista de ônibus se negar a transportá-lo em Franca

Policiais tiveram que ajudar o passageiro a embarcar no ônibus. Outro agente que estava na rodoviária presenciou a ação e gravou vídeo.

Um cadeirante precisou acionar a Polícia Militar para conseguir embarcar em um ônibus de viagem que partia de Franca (SP) na tarde desta terça-feira (18). De acordo com a própria vítima, o motorista da Cristalense Transportes e Turismo disse que não poderia ajudá-lo porque o veículo não era adaptado para fazer o transporte de pessoas que usam cadeiras de rodas.

Após acionar a Polícia Militar, o cadeirante José Crispolini Filho conseguiu embarcar no ônibus que tinha a cidade de Ituverava como destino. Em nota, a Cristalense informou que se tratou de um caso isolado e disse que nunca havia acontecido algo similar antes com um veículo da empresa. Além disso, a Cristalense afirma que orienta seus profissionais a ajudar pessoas com qualquer tipo de deficiência e vai tomar as medidas cabíveis.

José afirma, entretanto, que essa não foi a primeira vez que ele foi alvo de preconceito por motoristas enquanto tentava embarcar em um ônibus na região. Segundo ele, sua cadeira de rodas é motorizada devido ao fato de que ele possui dificuldades para mexer as mãos e isso torna o equipamento mais pesado do que as cadeiras de rodas mais simples.

“Cheguei na rodoviária para pegar o ônibus e o motorista e o cobrador disseram que não iam me pegar e eu chamei a polícia. Já viajei nesse ônibus algumas vezes, em outra oportunidade também tive que chamar a polícia, mas os agentes não precisaram me colocar dentro do ônibus. Daquela vez o problema foi na hora de tirar a passagem. A moça não queria vender, chamei a polícia, eles vieram, e o policial comprou minha passagem porque ela não queria vender”, diz.

Nessa ocasião, os próprios funcionários da empresa se organizaram para colocar o homem dentro do veículo, mas ele diz que a situação vivida nesta terça-feira foi algo extremo. José usa cadeira de rodas desde que nasceu devido a um problema na hora do parto, quando houve falta de oxigênio em seu cérebro, o que ocasionou uma paralisia cerebral.

Ao chegar em seu destino, colegas de uma policial de quem ele é amigo ajudaram o homem a descer do ônibus. José teme, entretanto, que a situação poderá se repetir na segunda-feira (24) quando ele deverá usar o mesmo ônibus para voltar à cidade. O vídeo do ocorrido desta terça-feira foi gravado por um policial que presenciou o ocorrido.

“Acontece diariamente, até quando uso ônibus de Franca é a mesma coisa. O pessoal não tem um pingo de preparo”, finaliza.

g1

19/04/2017

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