Brasileiros deixam de resgatar R$ 7,59 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro, aponta Banco Central. Apenas 29,4% dos correntistas fizeram o resgate.

Os brasileiros ainda não sacaram mais de R$ 7,59 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o final de dezembro, de acordo com informações reveladas hoje pelo Banco Central (BC). Apesar disso, mais de R$ 5,74 bilhões já foram devolvidos aos correntistas, de um total de R$ 13,33 bilhões disponíveis pelas instituições financeiras. No entanto, é importante ressaltar que as estatísticas do Sistema de Valores a Receber (SVR) são divulgadas com 2 meses de defasagem.

A quantidade de beneficiários que resgataram os valores é de 17.928.779 correntistas até o final de dezembro, o que representa apenas 29,4% do total de 60.984.441 correntistas incluídos na lista desde o início do programa em fevereiro de 2022. Deste montante, 17.016.755 são pessoas físicas e 912.024 são pessoas jurídicas, dentre aqueles que já receberam os recursos. Em relação aos que ainda não fizeram o resgate, 39.952.928 são pessoas físicas e 3.102.734 são pessoas jurídicas.

A maior parte dos valores a serem resgatados são de pequenas quantias, com 63,49% dos beneficiários tendo direito a receber até R$ 10. Os valores que variam entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 25,11% dos correntistas, enquanto aqueles entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,68% dos clientes. A porcentagem de pessoas com direito a receber valores superiores a R$ 1 mil é de apenas 1,73%.

Em dezembro do ano passado, o SVR registrou um montante retirado de R$ 191 milhões, uma queda em relação ao mês anterior, quando foi resgatado um total de R$ 211 milhões. Após quase um ano fora do ar, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas.

Atualmente, o SVR apresenta novidades significativas, como a impressão de telas e protocolos de solicitação para compartilhamento no WhatsApp, além de incluir todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. Uma nova sala de espera virtual foi implementada para que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma baseado no ano de nascimento ou na fundação da empresa.

Outra melhoria importante é a possibilidade de consulta a valores de pessoas falecidas, com acesso concedido a herdeiros, testamenteiros, inventariantes ou representantes legais. Além disso, um maior nível de transparência foi adotado para contas conjuntas, permitindo que os titulares visualizem as informações sobre resgates realizados pelo outro titular.

Além disso, foram incluídas fontes de recursos esquecidos que não estavam disponíveis nos lotes do ano anterior. Contas de pagamento pré ou pós-pagas encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas, e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução foram acrescentados ao SVR.

Contas correntes ou poupança encerradas, cotas de capital, rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito, recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados, tarifas cobradas indevidamente, e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente também estão incluídos no SVR.

No entanto, o Banco Central alerta os correntistas sobre possíveis golpes de estelionatários que alegam intermediar supostos resgates de valores esquecidos. O órgão ressalta que todos os serviços do Valores a Receber são completamente gratuitos, e que não envia links ou entra em contato para tratar sobre valores a receber ou confirmar dados pessoais.

A instituição financeira que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber é a única autorizada a contatar o cidadão, segundo esclarecimento do Banco Central. O órgão também alerta para que os cidadãos não forneçam senhas e confirma que nenhuma pessoa está autorizada a fazer tal tipo de solicitação.

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