Durante um almoço no Itamaraty com o presidente da França, Emmanuel Macron, Amorim afirmou ao GLOBO que a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, classificando como “grave” o impedimento da inscrição da opositora de Nicolás Maduro, Corina Yoris, no Conselho Nacional Eleitoral (CNE), reflete a preocupação do Brasil com a transparência e lisura das eleições na Venezuela.
Após a troca de notas entre o Itamaraty e a chancelaria venezuelana, na qual o Brasil manifestou sua apreensão com o bloqueio da candidatura de Yoris, o governo brasileiro foi acusado de interferir em assuntos internos da Venezuela. A resposta da chancelaria venezuelana insinuava que a postura do Brasil poderia ter sido influenciada pelo Departamento de Estado americano.
Apesar das críticas, Amorim ressaltou que o Brasil segue comprometido em contribuir para o processo eleitoral na Venezuela, mantendo diálogo com representantes do governo de Maduro e da oposição. O assessor destacou que o Acordo de Barbados, mediado pela Noruega e assinado no ano anterior por governo e oposição venezuelana, estabelece diretrizes para a realização de eleições livres e transparentes no país.
Diante desse cenário, Amorim reiterou a disposição do Brasil em colaborar com a Venezuela e enfatizou que a expectativa é de que as eleições marcadas para julho deste ano respeitem os princípios democráticos. A postura do governo brasileiro busca garantir a estabilidade política e institucional na região, contribuindo para a promoção de um ambiente democrático e pacífico na Venezuela.
