Banco Central corta a Selic para 11,75% após quarta redução consecutiva e menor nível desde 2022, influenciado pela inflação próxima à meta.

O Banco Central anunciou na noite dessa quarta-feira, dia 15 de dezembro, mais um corte de meio ponto na taxa básica de juros, a Selic, que agora está em 11,75% ao ano. Esse é o menor patamar desde março de 2022, e a quarta redução consecutiva desde agosto, quando a taxa estava em 13,75%.

Desde o último comunicado, o Banco Central já havia sinalizado pelo menos dois cortes na taxa de juros em meio ponto, na reunião de hoje, e também na reunião de janeiro, quando a Selic cairá para 11,25%. A política monetária vem refletindo a queda da inflação medida pelo IBGE, mas também a redução das expectativas, medidas pelo Boletim Focus. No cenário internacional, também há uma conjuntura de queda sincronizada da inflação nas principais economias.

Um fator decisivo para o início do ciclo de cortes foi a manutenção da meta de inflação de 2026, em 3%, em junho deste ano. Sem essa incerteza, o BC começou a cortar a taxa na reunião seguinte.

Essa foi a última reunião do Copom em 2023. O comitê se reúne a cada 45 dias para decidir o rumo da taxa básica da economia. Pelas projeções do Boletim Focus, a Selic teve terminar o ano de 2024 em 9,25%.

Nesta terça-feira, o IBGE divulgou o IPCA de novembro, que ficou em 0,28%, abaixo dos 0,41% do mesmo mês do ano passado. Com isso, a taxa acumulada em 12 meses caiu de 4,82% para com 4,68%, já dentro do intervalo de tolerância da meta.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou um movimento de pressão ao chefe do Banco Central, Roberto Campos Neto, para a aceleração da queda da taxa básica de juros. Haddad, por sua vez, falou em “gordura” para cortar juros, afirmando que a taxa de juros começou a cair poucos meses atrás e ainda temos gordura na política monetária.

Também nesta quarta-feira o Banco Central americano, Fed, manteve a taxa de juros inalterada, no intervalo entre 5% e 5,25%. O comunicado do banco foi considerado mais “leve” do que o previsto o mercado, o que ajudará a condução da política monetária no Brasil.

Esta visão pode ajudar o BC brasileiro a acelerar os cortes de juros, segundo o economista-chefe do G5 Partners, Luis Otávio Leal. Segundo ele, “Os mercados responderam a contento a esse novo cenário dos juros nos EUA que pode deixar o BCB mais a vontade para deixar a porta aberta para uma aceleração do ritmo de cortes dos juros”.

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