Ataques simultâneos deixam sete mortos e sete feridos

Três ataques com pessoas armadas na noite desta sexta-feira (9) na região do Bairro Benfica, no Centro de Fortaleza, deixaram sete pessoas mortas e outras sete feridas.

Um dos ataques ocorreu na Praça da Gentilândia, local que costuma receber muitos universitários e estava cheio no momento do crime. Os crimes ocorreram por volta das 23h30, de acordo a polícia civil, em três pontos diferentes da mesma região.

Este é mais um caso de violência na Grande Fortaleza neste ano:

  • Em janeiro, criminosos invadiram uma festa, atiraram e mataram 14 pessoas
  • Em fevereiro, Gegê do Mangue, chefe de facção de SP, foi encontrado morto, ao lado de Paca, também membro da facção
  • Nesta semana, três mulheres foram torturadas e decapitadas. Suspeitos, três homens foram presos e um adolescente foi apreendido

Homens que estavam em em um Honda Civic dispararam contra pessoas na Praça da Gentilândia. Minutos depois, na Vila Demétrio, na sede da Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF), pessoas em outro veículo atiraram em um grupo de jovens que bebia no local. Na fuga, na Rua Joaquim Magalhães, os criminosos atiraram contra duas pessoas que usavam uniforme da torcida organizada e voltavam de um estabelecimento comercial onde compraram bebida alcoólica, de acordo com nota da Secretaria da Segurança.

O relato de policiais que estavam no local era diferente. Eles disseram ao G1 que os criminisos passaram pela Rua Joaquim Magalhães, atiraram, e depois se dividiram entre a TUF e a praça. Na sede, os criminosos mataram uma pessoa. Ao fugirem, na Rua Joaquim Magalhães, na mesma região, os homens encontraram com Pedro Braga Barroso Neto, de 22 anos, que levava bebidas para a sede da torcida e também o mataram. Em seguida, na praça da Gentilândia, o ataque deixou quatro vítimas, sendo que uma delas delas morreu no hospital. Os ataques ainda deixaram sete feridos, segundo os policiais.

“Foi muito tiro. Foi mais de uma pessoa atirando. Vi gente correndo para todos os lados. Estava tudo tranquilo, estava com amigos conversando, quando de repente chegaram os caras atirando”, contou uma testemunha que estava na praça.

Os mortos nos ataques são:

  • José Gilmar Furtado de Oliveira Júnior (33), morto na Praça da Gentilândia
  • Antônio Igor Moreira e Silva (26), morto na Praça da Gentilândia
  • Joaquim Vieira de Lucena Neto (21), morto na Praça da Gentilândia
  • Carlos Victor Meneses Barros (23), morto na Vila Demétrio
  • Pedro Braga Barroso Neto (22), vítima da Rua Joaquim Magalhães
  • Emilson Bandeira de Melo Júnior (27), faleceu no hospital IJF
  • Adenilton da Silva Ferreira (24), faleceu no hospital IJF

“Nunca foi (de torcida organizada), ele torcia para o Fortaleza, porque qualquer cidadão torce para um time. Ele trabalhava numa lotérica, primeiro emprego dele. Eu perdi a única coisa da minha vida. Eu só tinha ele”, disse Antônio Carlos da Silva, pai de Carlos Victor, um dos mortos, de 23 anos.

Três homens são suspeitos

Testemunhas contam que pelo menos três homens participaram dos assassinatos. Dizem ainda que eles chegaram em dois carros, já dando tiros.

Após o ataque, a praça ficou com mesas reviradas e garrafas quebradas no chão.

“Não deu tempo de ver nada. Começaram os pipocos e só deu tempo correr. Fiquei agachado atrás de um carro até acabar, mas era tiro que parecia não ter fim”, contou uma pessoa que estava no local na hora dos disparos.

Os frequentadores da região tentaram ajudar no atendimento às vítimas, enquanto esperavam o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Violência recorde

No ano passado, o Ceatrá teve 5.134 homicídios, recorde para o estado. Segundo dados oficiais da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, o maior crescimento ocorreu em Fortaleza, com 96,4% mais mortes em 2017 que em 2016.

Após morte de Gegê do Mangue, um dos chefes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), o Presidente Michel Temer enviou uma força-tarefa policial ao Ceará.

A ideia, segundo o Ministério da Justiça, foi reforçar as operações conjuntas de inteligência “diante dos últimos acontecimentos”, e “dar apoio técnico às forças de segurança estaduais nas ações de combate ao crime organizado”.

O Ceará também vai receber o Centro Regional de Inteligência da Polícia Federal, segundo o ministro da Segurança, Raul Jungmann. O objetivo do centro é investigar e combater atuação de facções criminosas no Nordeste.

10/03/2018

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