Assembleia comemora os 40 anos da CUT e seu papel na defesa dos trabalhadores em sessão especial.

O Plenário da Assembleia recebeu nesta segunda-feira, 2, uma sessão especial que celebrou os 40 anos da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e seu papel na defesa dos trabalhadores, desde sua fundação, em 28 de agosto de 1983. A proposta foi feita pelo deputado Ronaldo Medeiros (PT) e contou com a participação de representantes da sociedade civil e da própria CUT, a primeira central sindical criada após o golpe de 1964 e também a primeira no País a ser lançada pela base dos trabalhadores.

Medeiros afirmou que a CUT faz parte da história do trabalhador não só de Alagoas, mas de todo o Brasil. “É uma Central importante, que luta por direitos, por um serviço público de qualidade, pelo SUS, luta nas horas decisivas por educação pública de qualidade”, elencou o parlamentar. O proponente da sessão lembrou ainda que a CUT presta um grande serviço à sociedade. “A parte mais fraca precisa de defesa, e sabemos que hoje, entre o trabalhador e o patrão, a parte mais fraca é o trabalhador, e a CUT faz esse equilíbrio, lutando por melhores condições de trabalho, melhores salários, mais crédito para o campo e para a cidade, moradia… É uma central que esta Casa homenageia justamente nesses 40 anos de luta e resistência”, completou o deputado.

Luciano Santos, atual presidente da CUT-Alagoas, disse que a sessão é uma honra em respeito a tudo o que a Central representa, pois este é “um sinal de que o Parlamento alagoano reconhece a história de luta da Central à frente de vários embates e conquistas, tanto no serviço público quanto no setor seletista”. Santos ratificou ainda o compromisso de organização, tanto dos trabalhadores quanto dos servidores públicos, para apontar e enfrentar os principais desafios que afligem a classe trabalhadora como um todo.

“Além da homenagem pelos 40 anos, vamos reafirmar nossos compromissos e também enfrentar os próximos desafios, como o desafio ambiental, que é um tema mundial no qual a classe trabalhadora não pode ficar de fora do debate”, completou Santos, lembrando ainda que há esforços diante da reforma tributária. “Vemos como um ponto negativo o Governo sinalizar, favorecendo exclusivamente o setor patronal. Os trabalhadores precisam ter uma posição e apontar os desafios de algumas medidas que afetam diretamente a classe dos servidores”.

Entre as novas etapas a serem enfrentadas está o foco nas discussões sobre a tributação do salário, mas não sobre a tributação da renda e do patrimônio. “É uma contradição do próprio sistema e cabe a nós apontar, através da tributação dos super-ricos, porque o imposto não tem um fim em si”, completou Santos, lembrando que o povo brasileiro está empobrecido e precisa ter financiamento por meio de políticas públicas como o SUS, Saúde e Educação. “E qual vai ser a fonte de receita?”, ponderou o presidente da CUT-Alagoas.

José Ferreira, presidente do Sindicato dos Vigilantes de Alagoas, filiado à CUT, ressaltou a importância histórica da Central Única para o Sindvigilantes. “A gente não tinha ticket alimentação, a gente não tinha interjornada, a gente não tinha um salário digno. Por isso fomos até a CUT e o seu presidente, na época era o Isaac do Carmo, nos ajudou nas negociações para que conquistássemos tudo isso”, lembrou Ferreira, dizendo-se orgulhoso de fazer parte da Central.

Cícero Filho, superintendente Regional do Trabalho e Emprego de Alagoas (SRTE), lembrou que a agenda trabalhista volta a fazer parte do cenário nacional, a qual tinha sido esquecida em 2019. “O Governo anterior extinguiu o Ministério do Trabalho, o que fragilizou as relações dos trabalhadores e a promoção dos direitos. Agora estamos retomando essa discussão. Com a Central, com o apoio da CUT, teremos uma nova agenda trabalhista”, completou.

Presente em todos os ramos da atividade econômica do País, a CUT se consolida como a maior central sindical do Brasil e da América Latina e a 5ª maior do mundo, com 3.806 entidades filiadas, 7.847.077 trabalhadoras e trabalhadores associados, além de 23.981.044 trabalhadoras e trabalhadores na base.

Desde sua fundação, tem uma atuação fundamental na disputa da hegemonia e nas transformações ocorridas no cenário político, econômico e social ao longo da história brasileira, latino-americana e mundial. Os avanços obtidos na proposta de um Sistema Democrático de Relações de Trabalho e a eleição de um operário à presidência da República, em 2002, são fortes exemplos dessas mudanças e resultados diretos das ações da CUT em sua luta incansável pela garantia e ampliação dos direitos da classe trabalhadora.

Também participaram da sessão Dom Luciano Inácio, bispo da Vétero Católica de São Benedito; Débora Nunes, coordenadora nacional do Movimento dos Sem-Terra (MST); Rilda Alves, ex-presidente da CUT-AL; Kleber Santos, presidente da Comissão de Direito Sindical e Associativo da OAB-AL; Lenilda Luna, representante da Marcha das Mulheres, entre outras.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo