Alegria e protestos: a primeira noite de desfiles no Rio

Não faltou a tradicional alegria no primeiro dia de desfiles das escolas de samba do Rio Janeiro; um quesito sempre marcante na avenida e arquibancadas da Sapucaí.

Mas o tom de protesto também chamou a atenção desde o início da festa, que começou na noite desse domingo e terminou já sob os primeiros momentos da manhã desta segunda-feira. Sete escolas desfilaram: Império Serrano, São Clemente, Vila Isabel, Paraíso do Tuiuti, Grande Rio, Mangueira e Mocidade Independente de Padre Miguel, revela o Terra.

Império Serrano

A Império voltou a desfilar na elite do Carnaval carioca após sete anos e foi a responsável por iniciar os trabalhos. Com o samba-enredo “O Império do samba na rota da China”, a escola também destacou uma homenagem ao sambista Arlindo Cruz, que se recupera de um AVC. Para isso, a equipe apostou em uma ala com 180 membros, com artistas usando camisas com frases de apoio ao artista. A mulher dele, Babi Cruz, e o filho, Armadinho, estiveram na passarela. Estreante na divisão principal, Milena Nogueira comandou a festa da bateria. Para apresentar enredo, foram usados elementos da cultura e história do país oriental.

São Clemente

Com o tema “Academicamente Popular”, a São Clemente foi a segunda desfilar na Sapucaí. A proposta foi homenagear os 200 anos da Escola de Belas Artes (EBA) do Rio de Janeiro. Assim, obras e estudantes da instituição inspiraram toda a apresentação da escola, como fantasias pintadas à mão, além de alas formadas por carnavalescos da instituição. Fantasiada de índia, Raphaela Gomes não comentou a polêmica em torno da indumentária.

Vila Isabel

“Corra que o futuro vem aí” foi o samba-enredo que embalou o desfile da Vila Isabel, a terceira a desfilar. Com uma pegada futurista, a agremiação apostou em elementos tecnológicos, como círculos com projeção 3D e uma saia de led da porta-bandeira. Ainda vale destacar a sempre marcante participação da rainha da bateria, Sabrina Sato, além de Martinho da Vila, o presidente de honra da Vila, e que completa 80 anos nesta segunda-feira.

Paraíso do Tuiuti

A partir daí o tom da noite/madrugada foi diferente. Ao recontar a história da escravidão, com o enredo “Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?”, a escola trouxe ao sambódromo a discussão sobre a polêmica Reforma da Previdência e trabalhista. O samba-enredo remente aos 1830 anos da  Lei Áurea, com críticas ao racismo e situação do trabalhador brasileiro atualmente. Mas o destaque mesmo ficou por conta da presença de um presidente vampiro em um dos carros, em uma imagem que lembra o a figura de Michel Temer. Caroline Marins foi a rainha da bateria.

Grande Rio

Fortes emoções marcaram o desfile da Grande Rio, que teve de superar a quebra do último carro, levando a um atraso de cinco minutos. O enredo cantando foi “Vai para o trono ou não vai?”, a escola apresentou uma homenagem a Chacrinha. A rainha da bateria foi Juliana Paes, que voltou a desfilar após dez anos e novamente se destacou. Além disso, outras personalidades, como Thayla Ayala, Gretchen, Wanderléa, Paloma Bernardi, Rita Cadilac, e David Brazil estiveram no desfile. Coube ao ator Stepan Nercessian interpretar o irreverente apresentador.

Mangueira

Com a chegada da tradicional Mangueira, a volta do clima de protesto voltou à Sapucaí. O tema deste ano foi “Com dinheiro ou sem dinheiro eu brinco” e fez um protesto pelo corte de verbas da prefeitura do Rio de Janeiro à festa. E outro político, Marcelo Crivella, prefeito carioca, foi alvo de críticas em um dos carros alegóricos. O estilo saudosista foi outra marca da passagem pela agremiação na avenida. Grandes figuras do samba, como Alcione, Leci Brandão e Alexandre Pires também estiveram na festa, que teve Evelyn Bastos como rainha da bateria.

Mocidade Independente de Padre Miguel

No encerramento dos desfiles do grupo especial, a Mocidade Independente de Padre Miguel destacou as culturas brasileira e indiana, com o tema: “Namastê… A estrela que habita em mim saúda a que existe em você”. Mais uma vez, a aposta foi nos efeitos especiais, que foram utilizados para representar figuras emblemáticas do universo religioso e cultural indiano. Camisa Silva foi a rainha de bateria.

12/02/2018

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