Agentes formalizam denúncia contra juiz na Corregedoria de Justiça de AL

Sindicato supõe relação de filho de Braga Neto com facções criminosas. CGJ já havia aberto sindicância para apurar o caso.

O Sindicato dos Agentes Penitenciários de Alagoas (SINDAPEN) formalizaram nesta terça-feira (17) na Corregedoria Geral de Justiça de Alagoas (CGJ) a denúncia que sugere o envolvimento do advogado Hugo Soares Braga, filho do juiz da 16ª Vara de Execuções Penais, José Braga Neto, com integrantes de facções criminosas presos em penitenciárias do estado.

A denúncia já havia sido passada à imprensa pelo presidente do sindicato, Kleyton Anderson, durante entrevista coletiva nesta segunda-feira (9). Segundo ele, o parentesco acarreta em favorecimento a presos perigosos.

“A denúncia deveria ter sido protocolada antes, mas demoramos porque acrescentamos informações técnicas que comprovam ainda mais  laços entre o juiz, o filho e os membros das facções”, afirma Kleyton.

A reportagem do G1 entrou em contato com o juiz Braga Neto, mas ele estava em reunião. Na última semana, ele já havia dito que a denúncia do sindicato é uma espécie de retaliação pela atuação do magistrado no combate a irregularidades dentro dos presídios.

O presidente do sindicato diz ainda que Braga Neto deveria se declarar impedido de julgar alguns casos, já que o juiz julgava alvarás de casos do filho advogado. “Ele (Hugo Soares Braga) pode advogar para qualquer preso, mas o juiz não pode continuar nos casos”, completa.

Segundo o sindicato, há vários registros no livro de visitas do sistema prisional da presença de Hugo Braga. O presidente do Sindapen reforça que o filho do magistrado atendeu a vários clientes nos anos de 2015 e 2016.

Na terça-feira (10), o governador Renan Filho (PMDB) disse que todas as denúncias devem ser apuradas. “Denúncia tem que ser investigada. Eu acho que os agentes penitenciários cumprem um papel importante na manutenção da sustentabilidade do sistema prisional e o juiz de execuções penais, José Braga Neto, tem um trabalho exemplar em Alagoas. É um juiz dedicado que trabalha muito”, disse o governador.

Um dia depois, a CGJ abriu sindicância para apurar as denúncias. A portaria foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) e assinada pelo corregedor-geral, o desembargador Paulo Barros da Silva.

O desembargador instituiu uma Comissão Disciplinar composta pelos juízes Alberto Jorge Correia Barros, Manoel Cavalcante de Lima Neto e Lorena Carla Santos Vasconcelos Sotto-Mayor para apurar o caso.

g1

17/01/2017

 

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