Administração da Light e credores enfrentam impasses em renegociação de dívidas durante processo de recuperação judicial.

A administração da Light, empresa responsável pelo fornecimento de energia no Rio de Janeiro e atualmente em processo de recuperação judicial, está enfrentando dificuldades para chegar a um consenso com os credores em relação à renegociação das dívidas da concessionária. A assembleia de credores para aprovar o plano de recuperação está agendada para o dia 21 de março e, de acordo com fontes ligadas à empresa, a administração planeja levar a votação sua proposta, mesmo que não tenha recebido o aval de parte dos credores durante as negociações.

O grupo Light acumula dívidas no valor de R$ 11 bilhões, dos quais R$ 9 bilhões pertencem à Light Distribuidora. O impasse está centrado nos termos da conversão de parte da dívida dos credores. A proposta da Light prevê que os credores que concordarem em converter 40% do valor da dívida em ações receberão os 60% restantes ao longo de oito anos, com correção pelo IPCA mais 5% ao ano e carência de três anos. No entanto, os credores estão pleiteando uma taxa mais alta, de 7,5%, para a conversão das dívidas em ações, o que a Light considera “alta demais”. Além disso, os credores desejam converter apenas 30% de suas dívidas em ações.

Outro ponto de discórdia é o cálculo para a conversão das ações. Enquanto a Light propõe utilizar uma média de 45 dias das cotações, os credores querem uma média de 360 dias e um desconto de 15%. Até o momento, a proposta prevê uma capitalização de R$ 1 bilhão por parte dos acionistas de referência da empresa, podendo chegar a R$ 1,5 bilhão se forem utilizados recursos de outras empresas da holding.

A Light entrou com o pedido de recuperação judicial em maio do ano passado e, em julho, apresentou o plano de reestruturação à 3ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). A renovação das concessões da empresa, que expiram em 2026, junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), depende de um acordo. A empresa alega a necessidade de fluxo de caixa para continuar investindo e melhorar a qualidade do fornecimento de energia elétrica. A situação entre a Light e seus credores continua sem um desfecho definido, colocando em risco o futuro da concessionária de energia.

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