A pesquisa também revelou que 15% dos entrevistados não se importam se o país é uma democracia ou uma ditadura, em comparação com os 11% que responderam da mesma forma na pesquisa anterior. Além disso, o índice daqueles que acreditam que “em certas circunstâncias, é melhor uma ditadura do que um regime democrático” aumentou de 5% para 7%.
O Datafolha entrevistou 2.004 pessoas em 135 cidades de todo o país, com uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos.
Este é o primeiro estudo do instituto sobre o assunto desde os atos antidemocráticos de 8 de Janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas. A democracia atingiu seu maior patamar de apoio na pesquisa em outubro passado, com 79% de adeptos. O menor índice da série histórica foi registrado em fevereiro de 1992, quando o apoio à democracia caiu para 42% durante a crise política enfrentada pelo então presidente Fernando Collor de Mello.
A pesquisa também mostrou uma correlação entre preferência política, grau de escolaridade e nível de renda. Entre os que têm apenas ensino fundamental, 61% preferem a democracia, enquanto entre os que têm ensino superior, o índice sobe para 89%. Além disso, o apoio à democracia é de 67% entre aqueles que ganham até dois salários mínimos, chegando a 88% entre os que ganham mais de cinco salários.
Em relação ao gênero, a pesquisa mostra que 78% dos homens apoiam a democracia, em comparação com 69% das mulheres. Em suma, os resultados da pesquisa do Datafolha destacam importantes tendências de preferência política no Brasil, que sugerem uma forte correlação entre educação, renda e visões políticas.